O prefeito de Nova Serrana, Euzebio Lago (MDB), divulgou na manhã deste sábado (4) um áudio com críticas a o que ele classifica como "inabilidade", "incompetência" e "insensibilidade" da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) em resolver o desabastecimento que começou após as fortes chuvas na tarde de quinta-feira (2).
Conforme a MAIS! informou, a companhia de saneamento atribui o problema à falta de eletricidade no sistema de captação de água no rio Pará, que a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ficou de resolver até às 18h desta sexta (3).
Diz o prefeito:
"Todos nós sabemos da tempestade que passou por Nova Serrana, com ventos fortíssimo, granizo e tivemos aí muitos danos materiais. Graças a Deus, nenhuma vida humana se perdeu. Mas, foi um transtorno muito grande e ainda está sendo. Depois da tempestade, a bonança não vem. Porque uma empresa chamada Copasa mostra a sua inabilidade, incompetência e insensibilidade para com a população de Nova Serrana".
Em seguida, Euzebio fala sobre a luta na Justiça para expulsar a Copasa do município.
"Desde 2017 a nossa luta para que a Copasa cumprisse o contrato, para que ela mudasse. Isso não aconteceu. Então, todos já sabem: o contrato está nulo e nós estamos na caminhada para que essa empresa seja tirada de Nova Serrana".
Na sequência, o chefe do Executivo fala de um pedido que afirma ter feito para que fosse instalado um gerador na estrutura da Copasa.
"Acontece que nós, na nossa luta, pedimos - e foi colocado - um gerador na ETA [Estação de Tratamento de Água], para que quando a energia faltasse, o gerador entrasse e a água fosse bombeada sem problema. A Copasa tirou o gerador que havia lá e nós ficamos 12 horas sem um litro d'água sendo bombeado para Nova Serrana. E o que acontece: com muito custo agora trouxeram outro gerador, ontem. Colocaram lá. Tá com 100 litros por segundo sendo bombeados. Um outro gerador foi colocado agora de manhã. Sábado, 4 de dezembro, para tentar chegar mais 880 litros. Mas, o transtorno está causado".
Em seguida, o prefeito passa a falar do trabalho da Cemig para religar a eletricidade.
"A Cemig ontem às 23h é que descobriu, fechou, terminou o serviço. Porém, há um problema ainda dentro da ETA, na subestação de energia dentro da ETA, que eles estão tentando descobrir o que está acontecendo. Se é o transformador, o que aconteceu. Dois geradores agora, depois de cobrança e de muita briga, funcionando. Mas, o transtorno foi causado".
Logo depois, Euzebio Lago volta a falar do contrato com a Copasa.
"O contrato da Copasa está nulo. Ela tem que ficar até que outra empresa assuma. Agora no mês de dezembro vamos abrir a consulta pública, tudo q o que a lei existe. O Plano Municipal de Saneamento já foi aprovado por unanimidade. Está pronto. Um plano pra dez anos, com projeção pra 30 anos. Isso é planejamento. Coisa que não houve no passado".
Ainda de acordo com Euzebio, o governo municipal vai licitar outra empresa em janeiro e espera que no máximo ao fim de fevereiro já tenha outra empresa prestando o serviço.
"Com qualidade, continuidade e quantidade pra Nova Serrana. Infelizmente, tivemos o transtorno mais uma vez. A chuva aconteceu, mas a Copasa teria de ter tido lá o gerador gerador funcionando. O aporte necessário para garantir que a população não ficasse sem água. Estamos trabalhando, cobrando sempre e lembrando: a Copasa não vai ficar em Nova Serrana", finaliza.
Posição da Copasa
A reportagem da MAIS! encaminhou à Copasa as declarações de Euzebio Lago e pediu respostas da companhia para cada uma delas. Ainda aguarda pelo retorno.
Durante a manhã deste sábado, o jornal "Gazeta" publicou um comunicado atribuído à companhia. O texto informa que o fornecimento de energia foi restabelecido somente na madrugada deste sábado e a produção de água na ETA do Pará foi retomada. Mas, ainda não se encontra com sua capacidade plena.
"Técnicos da companhia permanecem trabalhando no sentido de normalizar o fornecimento de água na cidade o mais rápido possível. A previsão é que abastecimento seja completamente restabelecido no decorrer deste sábado (5)".
Ainda segundo essas informações, a Copasa afirma que reforçou o número de caminhões-pipa para atendimento ao público prioritário nas situações emergenciais, que são hospitais, creches, asilos e também para o abastecimento dos reservatórios, de forma a acelerar a retomada do sistema.
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